encontrei, sobre a mesa, batido à máquina, domingo frenético:
a poesia para h. helder é um fazer
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tenho interesse no texto e no pensamento enquanto espaços elásticos. se uma dúvida é um maior espaçamento entre as coisas: o que se dirá de um conjunto de dúvidas? um enorme espaço, salão de festas e fracassos, onde um eu chora e dança.
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enquanto atitude poética é, sobretudo, correr o risco de não aceitar o tédio. o tédio lugar comum do bom-mocismo contemporâneo.
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talvez eu escreva justamente a impossibilidade de escrever. como matar os pais dessa frase (o meu, beckett, drummond, villa-matas, etc)? e se consolidá-los como um lugar de gratidão for justamente mais delicado com o mundo que tentamos inventar?
não sei o que vêem os seus olhos. e em certo sentido já agradeci uma vez por me abandonares e com isso me estufar de saudades e dor. porque, dizem, depois da invenção da anestesia anda-se por aí à mão o estojinho de couro e zíper com ampolas.
e um poeta a dizer: queimem-me, se isso nos for um conforto para nós e, sobretudo, trouxer abrangência e expansão.
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não vou falar do que não me importa.
é terrível ter de apresentar credenciais.
um texto não é um edíficio de banco.
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voltando, todo escritor escreve a impossibilidade de escrever e só quem escreve pode isso entender. mas do momento em que se escreve em diante, a impossibilidade morre porque dela nasce uma materialidade em fluxo: o texto.
por isso os hiatos melódicos, alguns textos serem o negativo do texto. ou todos? bem não entendo o que quero dizer com "negativo do texto" mas talvez você entenda, por que não?
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eu vou
por que não?
caetano veloso
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escrever é um gesto de caça.
é um ofício de revelação.
que o teu stand de fotografia seja o meu poema,
a poesia para h. helder é um fazer
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tenho interesse no texto e no pensamento enquanto espaços elásticos. se uma dúvida é um maior espaçamento entre as coisas: o que se dirá de um conjunto de dúvidas? um enorme espaço, salão de festas e fracassos, onde um eu chora e dança.
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enquanto atitude poética é, sobretudo, correr o risco de não aceitar o tédio. o tédio lugar comum do bom-mocismo contemporâneo.
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talvez eu escreva justamente a impossibilidade de escrever. como matar os pais dessa frase (o meu, beckett, drummond, villa-matas, etc)? e se consolidá-los como um lugar de gratidão for justamente mais delicado com o mundo que tentamos inventar?
não sei o que vêem os seus olhos. e em certo sentido já agradeci uma vez por me abandonares e com isso me estufar de saudades e dor. porque, dizem, depois da invenção da anestesia anda-se por aí à mão o estojinho de couro e zíper com ampolas.
e um poeta a dizer: queimem-me, se isso nos for um conforto para nós e, sobretudo, trouxer abrangência e expansão.
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não vou falar do que não me importa.
é terrível ter de apresentar credenciais.
um texto não é um edíficio de banco.
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voltando, todo escritor escreve a impossibilidade de escrever e só quem escreve pode isso entender. mas do momento em que se escreve em diante, a impossibilidade morre porque dela nasce uma materialidade em fluxo: o texto.
por isso os hiatos melódicos, alguns textos serem o negativo do texto. ou todos? bem não entendo o que quero dizer com "negativo do texto" mas talvez você entenda, por que não?
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eu vou
por que não?
caetano veloso
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escrever é um gesto de caça.
é um ofício de revelação.
que o teu stand de fotografia seja o meu poema,
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ao que concluo que herberto helder sou eu,
um piparote e adeus,
2 comentários:
o trimilique me espana esquentando
(portas barteas abertas taebras aebrtas tasaber reabertas)
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