domingo, 5 de setembro de 2010

nosso tempo

em dois tomos:

I.

de como sou contra, efetivamente contrária ao reinado das citações. se criassemos mais do que citamos, ou: a importância de fazer da citação parte do próprio corpo da criação. como na digestão, tudo que comemos vira corpo.

a sensação de que o que queremos dizer já foi dito é um vírus do contemporâneo. acho que a citação tende, muitas vezes, por nos distanciar do que queremos nos aproximar. sou contra o respeito que vira imobilidade. às vezes me sinto num velório, e os antepassados polícia, e não fogo de continuidade. das maneiras necessárias, sou a favor.

II.

a intimidade: tempo nosso: quando entramos em casa descobrimos os nossos amigos. se antes sair de casa e voltar era deixar a rua para trás, com a internet, ao voltarmos para casa descobrimos outra rua, e os nossos amigos que por ela passaram, e como nós queremos também passar, de onda, olé, detetives ou informantes. com relação a isso, é tanta gente que se importa na maledicência, que não tenho nenhuma vontade de me indispor.



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