Hoje me telefonaram chamando pelo primeiro nome de uma “desentupidora” se eu queria fazer um “procedimento” “preventivo”. Porque é claro que quem se previne com um seguro médico hora ou outra vai precisar de um encanador. Eu fico pensando: é mesmo. é mesmo. é mesmo & desligo um riso de fundo, não acuso pela intromissão nesse dia de nada e digo “olha, moça, não estou interessada” não sem alguma culpa no coração pela mocinha que telefona a cada 60 dias pra me perguntar isso. Sim, já é a terceira vez que a desentupidora “júpiter”, me telefona. ou é “saturno”? Da próxima vez vou anotar.
Então, observando meu misticismo metafórico por metro quadrado de materialidade pragmática que me levapor meio de um insight atrás do outro produzir um trilho e nesse trilho compor uma canção que por favor o definitivo por favor não me faça mudar amanhã mais uma vez ó por favor dá-me só o corpo me dá mais um copo de corpo chego a conclusão de que eu não gosto disso. Antes fosse uma distribuidora, mas desentupidora é uma imagem assim, Bukowski+ Dostoievski e eu sou mais pra outros, mas muito mais pra outros ralos. Imagine então se me ligasse a distribuidora de água fresca nesse calor inédito de março?
(The foot, the ground, the flesh and the bone
passarinho na mão pedra de atiradeira)
Não gosto de sinais esdrúxulos. Estou para: sirene de silêncio, trovões, casas que alagam, pasmaceiras que rebentam as porteiras.
Ttudo isso pra contar um sonho,
Sempre tenho um sonho que às vezes me assalta (as imagens têm me assaltado nessa última semana meu corpo atônito de estar tantas vezes no Porto ou Budapeste ou Verona ou tantas vezes na casa da Guacira minha prima de Santa Bárbara d’Oeste ou transitar por lugares mesmo lugares que eu nunca me lembraria de estar nada mais de escolas de repente o Carrefour da Raposo Tavares - - Eu vi. Não devia contar isso assim? Mas o que fazer eu só vi uma vontade minha acho. Vou escondê-la? Guardar nos meus bolsos para mais tarde? Gordurosa e impregnada a imagem é ela que me vive. Passá-la no pão feito manteiga até derreter? ) com a minha casa (essa ou outra completamente imaginada) e que há um lugar da casa num andar de cima que eu não estou aproveitando.
Depende da vez esse lugar é diferente. É um quarto muito aberto, quase um solarium, uma varanda, nem bem sei. Há uma porta de vidro que nem limpa nem suja deixa ver lá fora com lúcidas manchas de pó e tem os ferros pintados de branco. Outra vez era o último andar de uma cobertura enorme com vista pra uma cidade enorme. Já sonhei que era a saída pra rua de um sítio. Já sonhei que era um galpão enorme e revestido de madeira com um grande pano de lycra caindo do teto. Um espaçozão de dar festa, mas vazio. Em todas as vezes, o que acontece, é que é um lugar a que eu chego de surpresa que me fascina ou que é um motivo de angustia por ser a ele relapsa. É sem dúvida, sempre um espaço que não estou acompanhando. É também um lugar de saída e respiração. E é também um lugar que me pergunto se a porta está bem fechada porque algum ladrão/homem pode entrar e me pegar desprevenida.
Eu acho que eu estou sonhado o inconsciente.
Se eu continuasse me atormentaria pensando que esse sonho me mostra que estou me escondendo algo. Acho que fui pensando isso por ele durante esses últimos meses. De repente, sei lá, o calor, março, caquis, goiabas, a cor azul, o pano vermelho de cortina estraçalhando a janela pra fora do vizinho. Então, sabe, essa merda de psicanálise usada assim pra registrar-nos com uma liga metálica em estrutura de espiral de DNA cultural, meodeos. Então, no vai-e-vem dos teus quadris: O espaço a que não tenho acesso sempre sonhado justamente me mostra que estou sempre achando que estou me escondendo algo que deve ser revelado. E que haverá sempre um espaço pra fora do espaço.
- -
na viagem que fiz ano passado de três meses durante dois deles eu sonhei todas as noites e com pessoas e coisas que não eram eu e nem eu conhecia, e elas viviam as histórias delas dentro dos meus espaços,
a isso: leveza.
- -
bem, se eu não vivesse isso de pescagem, colheita, esta espécie de revelação de imagem, desde muito pequena, não escreveria.
Então, observando meu misticismo metafórico por metro quadrado de materialidade pragmática que me levapor meio de um insight atrás do outro produzir um trilho e nesse trilho compor uma canção que por favor o definitivo por favor não me faça mudar amanhã mais uma vez ó por favor dá-me só o corpo me dá mais um copo de corpo chego a conclusão de que eu não gosto disso. Antes fosse uma distribuidora, mas desentupidora é uma imagem assim, Bukowski+ Dostoievski e eu sou mais pra outros, mas muito mais pra outros ralos. Imagine então se me ligasse a distribuidora de água fresca nesse calor inédito de março?
(The foot, the ground, the flesh and the bone
passarinho na mão pedra de atiradeira)
Não gosto de sinais esdrúxulos. Estou para: sirene de silêncio, trovões, casas que alagam, pasmaceiras que rebentam as porteiras.
Ttudo isso pra contar um sonho,
Sempre tenho um sonho que às vezes me assalta (as imagens têm me assaltado nessa última semana meu corpo atônito de estar tantas vezes no Porto ou Budapeste ou Verona ou tantas vezes na casa da Guacira minha prima de Santa Bárbara d’Oeste ou transitar por lugares mesmo lugares que eu nunca me lembraria de estar nada mais de escolas de repente o Carrefour da Raposo Tavares - - Eu vi. Não devia contar isso assim? Mas o que fazer eu só vi uma vontade minha acho. Vou escondê-la? Guardar nos meus bolsos para mais tarde? Gordurosa e impregnada a imagem é ela que me vive. Passá-la no pão feito manteiga até derreter? ) com a minha casa (essa ou outra completamente imaginada) e que há um lugar da casa num andar de cima que eu não estou aproveitando.
Depende da vez esse lugar é diferente. É um quarto muito aberto, quase um solarium, uma varanda, nem bem sei. Há uma porta de vidro que nem limpa nem suja deixa ver lá fora com lúcidas manchas de pó e tem os ferros pintados de branco. Outra vez era o último andar de uma cobertura enorme com vista pra uma cidade enorme. Já sonhei que era a saída pra rua de um sítio. Já sonhei que era um galpão enorme e revestido de madeira com um grande pano de lycra caindo do teto. Um espaçozão de dar festa, mas vazio. Em todas as vezes, o que acontece, é que é um lugar a que eu chego de surpresa que me fascina ou que é um motivo de angustia por ser a ele relapsa. É sem dúvida, sempre um espaço que não estou acompanhando. É também um lugar de saída e respiração. E é também um lugar que me pergunto se a porta está bem fechada porque algum ladrão/homem pode entrar e me pegar desprevenida.
Eu acho que eu estou sonhado o inconsciente.
Se eu continuasse me atormentaria pensando que esse sonho me mostra que estou me escondendo algo. Acho que fui pensando isso por ele durante esses últimos meses. De repente, sei lá, o calor, março, caquis, goiabas, a cor azul, o pano vermelho de cortina estraçalhando a janela pra fora do vizinho. Então, sabe, essa merda de psicanálise usada assim pra registrar-nos com uma liga metálica em estrutura de espiral de DNA cultural, meodeos. Então, no vai-e-vem dos teus quadris: O espaço a que não tenho acesso sempre sonhado justamente me mostra que estou sempre achando que estou me escondendo algo que deve ser revelado. E que haverá sempre um espaço pra fora do espaço.
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na viagem que fiz ano passado de três meses durante dois deles eu sonhei todas as noites e com pessoas e coisas que não eram eu e nem eu conhecia, e elas viviam as histórias delas dentro dos meus espaços,
a isso: leveza.
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bem, se eu não vivesse isso de pescagem, colheita, esta espécie de revelação de imagem, desde muito pequena, não escreveria.
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