segunda-feira, 18 de abril de 2011

(eu entendo, antonin meu bem, que você já foi de muita gente, é meu também).

sinceramente
a gente se publica rápido demais
enquanto época mesmo, geração.
isto está produzindo outra relação com a leitura e o apagamento dela. e também com o processo. essa efetividade toda é uma bobagem. artaud dizia que só queria escrever depois que tivesse esgotado o pensar, como se o ventre vazio parisse, algo assim. mas grande dito seja artaud por todas as eras da humanidade, ele tinha um vigor inato para dizer.

hoje eu andava pelo rossio e pensava com três livros dele numa sacola 
C O M O A L G U É M P O D E T E R D I TO I S T O P A R A O M U N D O?
algo tão secreto, tão cheio de sua própria matéria. 

isto se vocês me permitem o relato de uma pessoa que leu artaud na semana passada. pela primeira vez. e descobriu a origem. 

como se eu rondasse há anos uma tradição, digo, era uma casa. a casinfância absoluta.

agora sei que o jeito de me entregar é me defendendo. como aquele lance de que radical é raiz. ou seja: que ele me cavalga, me navega, me revigora isto tudo é já claro explícito isto já vinha de antes. e quero tanto que ele me influencie que sei que isto só pode acontecer se eu resistir à qualquer influência. 

é como um fim de um amor. daqueles namoros que quando acabam na mesma medida que dói dói você se sente livre livre. tinha que ser e nada te quebrará ao meio, afinal você já está no que se rachou, na separação.

Nenhum comentário:

 

Free Blog Counter